(W.L.George) ![]()
.Autores: Muitos participam .Objetivo: Contar histórias sobre gatos .Coordenadores: Lia Drumond, &, Ôbèron ![]() ![]()
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[terça-feira, abril 18, 2006] Pelos telhadosO relógio marca três copos e meio de vinho da madrugada e a garoa cai pesada em Sampa enfim. Enquanto todos se encapotam embaixo de seus edredons eu abro a janela para receber de peito aberto o vento frio que raja feliz casa adentro. Pela paisagem negra que brota pela janela posso ver um vulto elegante caminhando pelo telhado do vizinho. Atraído por aquele andar cheio de garbo levanto-me, girafo a cabeça pra fora da casa e ainda o vejo. Olhos verdes, pelo tigrado, purpurinado pelas gotas da garoa paulistana. Ele mira para mim como quem me dá boa noite, no fear, soberano. É magnífico espécime de felino tigrado. Largo o roteiro que faço pulo a janela dos fundo, jump, e impensadamente subo no muro e caminho atrás dele. Ah, os felinos me enfeitiçam. Vou subindo o telhado de minha casa, ele não se intinida, não aperta o caminhar. Perseguição. Um telhado do vizinho, dois muros, um pastor-alemão latindo abaixo, uma laje, mais uma laje, uma janela entreaberta me observando assustada e eu já estou vendo o brilho de seus luminosos olhos again. Ele sobre numa caixa-d'água, virasse e me olha. Vou aproximando, ele é tão parecido com o Sartre, gato que tivera na adolescência. Dois passos e eu o tocaria. Mas não. Sentei-me, fiquei observando-o, e ele a mim. Numa conversa silenciosa, de olhos. Dificil de comprender é para quem não os admira. Terça-feira, 18 de abril, o ano é 2006 da malfadada era Cristã, é madrugada e garoa forte, e eu estou sentado na laje de alguém conversando com um gato tigrado que está me observando do alto de uma caixa d'água.... ... Normal, até corriqueiro, eu diria. Só queria demostrar minha admiração por ele, digo isso com os olhos, acho que me entende....ou não. Duas lajes, cachorro, muro, telhado e eu estou de volta pulando minha janela, feliz, molequice, sento na cadeira, ligo o monitor e.... bem, olho para a janela, e lá está ele. Me observando, me decifrando. Invadi seu mundo e agora ele vem invadir o meu, parece justo. Num salto só some na garoa. Serguey Bubbka. Ele me entendeu, e eu o compreendendo.... ...ou não. Felinos, sim, são bichos enigmáticos e magníficos. tão enigmáticos que são magníficos, tão magníficos que nos são enigmáticos. ![]() por Ôbèron * 11:47 da manhã |