"Os gatos sabem como obter comida sem esforço, abrigo sem confinamento e amor sem castigo."
(W.L.George)

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[terça-feira, abril 11, 2006]

Meu primeiro amor felino


Eu estava no início da fase mais complicada e mais bonita da vida. Para chamar a atenção da minha mãe que, na minha cabeça, gostava mais do meu irmão, tinha cortado o pulso esquerdo e tomado veneno. Eu não queria morrer, só queria que ela acreditasse que eu queria. Queria fazê-la sofrer. Freud explica que magoamos quem mais amamos quando estamos formando nossa personalidade. Talvez tenha sido isso. Talvez tenha apenas sido uma maneira desesperada de chamar atenção para o meu ciúme, para a minha necessidade de ter alguém que eu amasse por perto.

Fiquei uns dias na casa de uma tia. Lá, meu primo, que tinha sido meu melhor amigo por toda a infância, estava na mesma fase difícil de crescimento. Eu estava muito sozinha. Quando voltei pra casa, uma surpresa que me curou pra sempre: BEL. Um filhote todo cinza, de olhos verdes, com coleira e guia. Miava, miava... Queria brincar, queria que o soltassem. E foi a primeira coisa que fiz. Foi amor à primeira vista. Quando soltei sua coleira da guia e o peguei no colo percebi que nunca mais me sentiria sozinha. Acreditei que tinha ganhado meu melhor amigo.

Ele cresceu muito, ficou uma bola de pêlos. Era o dono da casa. Morávamso só eu, minha mãe e o meu irmão. A mesa de jantar tinha quatro lugares e o Bel sempre ocupava o que estava vazio. Não subia na mesa, nem pedia comida. Apenas acompanhava nossa refeição. Chorava alto quando ouvia o som agudo de algum instrumento de sopro. Geralmente mordia alguém, de leve, quando isso acontecia. Dormia comigo. Melhor dizendo, dormia em cima de mim. Na época eu tinha o peito reto como o de um menino, e o Bel deitava ali, com a cabeça apoiada na minha bochecha e ronronava muito feliz. E eu me sentia feliz por isso.

Certo dia ele sumiu. Mais de um mês sem aparecer, nem notícias... Já tínhamos perdido as esperanças quando ele aparece miando pelo quintal, sem sinal de machucado, sem um grama a menos. Concluí que ele tinha sido raptado, mas conseguiu fugir r voltar para meus braços... Hoje penso que ele deve ter achado dono mais bonzinho, ou uma fêmea que morava longe... Especialista em abrir o vitreaux e fugir pra rua, Bel era um felino caçador adormecido. Não pegava nem barata. Era manso demais pra fazer qualquer esforço que não fosse chegar até a ração. E assim foi por quase três anos, até que um envenenador o levou de mim. E hoje ele está no céu de Bast.



por Lia Drumond * 4:51 da tarde


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